top of page
Foto do escritorProfa. Agni Salobreña

Ácido Tranexâmico: tudo o que você precisa saber para potencializar os resultados no melasma.

Atualizado: 1 de abr. de 2022

O uso do Ácido Tranexâmico (AT) para o tratamento do melasma não é de fato uma novidade. Desde antes de 1979 estudos clínicos já vinham sendo conduzidos para avaliar a eficácia e a segurança desta droga no manejo desta discromia. No entanto foi apenas nos últimos anos que o AT acabou ganhando uma maior repercussão, se popularizando dentro das clínicas de estética de todo o país.

Mesmo assim, muitos profissionais podem ainda não estar aproveitando todo o potencial do ácido tranexâmico para o tratamento e controle do melasma resistente.

Por isso, continue lendo esse artigo para descobrir como extrair o máximo deste ativo em teus tratamentos.


<a href="https://br.freepik.com/fotos-vetores-gratis/fundo">Fundo foto criado por freepik - br.freepik.com</a>



O Ácido Tranexâmico


Para começarmos, é fundamental entendermos as principais características e mecanismos de ação desta droga, classicamente utilizada como antifibri- nolítica e antihemorrágica.

Trata-se de uma substância sintética derivada do aminoácido lisina com característica hidrofílica. Por tanto, tem baixa permeabilidade cutânea, fato que prejudica sua ação contra o melasma, uma vez que o melanócito, como bem sabemos, encontra-se na camada basal da epiderme.


Estrutura molecular do Ácido Tranexâmico.



Mecanismo de Ação


No que tange ao melasma, seu exato mecanismo de ação ainda vem sendo estudado, mas o que ja se sabe é que o AT é capaz inibir a atividade da plasmina UV-induzida nos queratinócitos, que por consequência reduz a atividade dos melanócitos. Desta forma, o AT inibi a síntese de melanina, interferindo na interação queratinócitos-melanócitos, através

seus efeitos na via plasminogênio-plasmina.

Por meio do bloqueio reversível nos sítio de ligação de lisina no plasminogênio, o AT reduz a ligação do plasminogênio nos queratinócito. Por consequência, reduz-se os níveis de ácido araquidônico livre e a produção de prostaglandina, reduzindo assim a atividade dos melanócitos e da tirosinase.

Além disso, o AT parece desempenhar também um papel na modulação do componente vascular do melasma.

Este parece ser o aspecto principal da sua eficiência para o tratamento do melasma resistente, mesmo aqueles com influência hormonal.



Formas de apresentação


O Ácido Tranexâmico é facilmente encontrado em farmácias e drogarias de todo o país na forma de medicamento antifibrinolítico, em comprimido de 250mg e 500mg para uso interno por via oral.

Esta disponível também na forma de solução injetável para administração intravenosa na concentação de 5mg/mL.

No entanto é somente na farmácia de manipulação que ele é encontrado na forma tópica, podendo ser preparado em creme, gel ou solução, mediante apresentação de prescrição.



Formas de aplicação para fins estéticos


Na estética, o Ácido Tranexâmico pode ser empregado das seguintes formas:

Mesoterapia: aplicações injetáveis diretamente no local afetado;

Microagulhamento: aplicação de produto tópico juntamente com a técnica;

Home care: tópico e/ou oral.



Potencializando os resultados do Ácido Tranexâmico


Vários estudos já foram conduzidos buscando avaliar qual a técnica ou via de aplicação é mais eficaz. Muito ainda precisa ser pesquisado, no entanto já sabemos que a aplicação por via tópica tem baixa permeabilidade, reduzindo o potencial de resultados.

Já a forma oral, apesar de apresentar resultados consideráveis, e ser apresentado segura nos estudos clínicos, podem acabar desencadeando efeitos colaterais e reações adversas, inerentes da droga.

Neste sentido, o uso por via injetável, com pequenas doses, diretamente na área afetada, e a aplicação tópica com microagulhamento acabam sendo as formas mais seguras e eficazes.

Um estudo que comparou os resultados da aplicação do AT por mesoterapia e por microagulhamento não observou diferenças significativas entre as técnicas, apontando um ligeiro resultado superior no microagulhamento, muito possivelmente por uma melhor distribuição da droga na área afetada.



Sugestão de protocolo


Em consultório:


  • Mesoterapia:

Aplicação intradérmica com intervalo de 1cm entre cada ponto, aproximadamente, de até 8mg de AT por toda a área. Para maior conforto do paciente, aplicar previamente anestesia tópica por 45 a 60 minutos, retirando antes de iniciar as técnica.


  • Microagulhamento:

Aplicar a solução de AT e em seguida realizar a técnica de microagulhamento com 1 passada ida e volta em cada área, utilizando roller com agulhas de até 2mm. Para maior conforto do paciente, aplicar previamente anestesia tópica por 45 a 60 minutos, retirando antes de iniciar as técnica. Também pode-se oferecer bolsas de gelo para alívio do paciente.


Intervalo de aplicação e quantidade de sessões:

3 a 6 sessões, realizadas mensalmente.



Home care:


  • Tópico

Ácido tranexamico 5%

Alfa bisabolol 1%

Niacinamida 4%

Camomila, EG 5%

Hidroviton 5%

Transcutol 10%

Base Ômega Gold qsp 30g

Posologia: Aplicar sobre a pele limpa 1 a 2x ao dia. Suspender no dia da sessão e no dia seguinte. Recomenda-se início 15 dias antes da primeira sessão.


  • Uso oral

Polypodium leucotomus 500mg

Pinus pinaster 100mg

SiliciuMax 300mg

Vitamina C 500mg

Excipiente qsp 1 cápsula

Posologia:Tomar uma cápsula ao dia, por 90 dias ou pelo tempo que durar o tratamento. Recomenda-se início 15 dias antes da primeira sessão.


E aí beauty expert, gostou do conteúdo? Então compartilhe este artigo com seus colegas. O que mais você tem usado para o melasma resistente? Conte abaixo nos comentários!

Continue acompanhando o blog e siga também as redes sociais @prescricaoestetica no instagram e facebook. Lá você encontrará outros conteúdos exclusivos.

Por profa. Agni Salobreña



Referências

  1. Nijo T. Treatment of melasma with tranexamic acid. Clin Res 1979; 13: 3129–3131.

  2. Steiner D, Feola C, Bialeski N, Silva FAM. Estudo de avaliação da eficácia do ácido tranexâmico tópico e injetável no tratamento do melasma. Surgical & Cosmetic Dermatology 2009;1(4):174-177.

  3. Budamakuntla L, Loganathan E, Suresh DH, et al. A randomised, open-label, comparative study of tranexamic acid microinjections and tranexamic acid with microneedling in patients with melasma. J Cutan Aesthet Surg 2013; 6(3):139-143.

  4. Bala HR, Lee S, Wong C, Pandya AG, Rodrigues M. Oral Tranexamic Acid for the Treatment of Melasma: A Review.Dermatol Surg. 2018;44(6):814-825.

  5. Kim HJ, Moon SH, Cho SH, Lee JD, Kim HS. Efficacy and Safety of Tranexamic Acid in Melasma: A Meta-analysis and Systematic Review.Acta Derm Venereol. 2017;97(7):776-781.


297 visualizações0 comentário

Comments


bottom of page